HOMENAGEM AO "ALFERES GRIFO BRANCO"
Ele que foi, em todas as fases da sua vida, um verdadeiro combatente, não resistiu à traição da doença, embora a tenha enfrentado com a coragem e a hombridade que lhe eram geralmente reconhecidas.
Ligava-me ao Joaquim Pedro Monteiro uma velha amizade, construída em Lanceiros 2, consolidada em dois anos intensamente vividos em Angola e mantida ao longo do tempo.
Posso, assim, testemunhar as excepcionais qualidades de Homem e de condutor de homens que o caracterizavam e o genuíno empenho e permanente entusiasmo que punha em todas as suas acções em que se comprometia.
O Joaquim Pedro Monteiro foi, na verdade, um exemplo e uma referência para todos os que com ele privaram, em particular, os homens do seu pelotão, os seus "grifos brancos", e todo o pessoal da CPM 1443, que nunca esquecerão a figura inconfundível do Alferes Monteiro.
Recordo com emoção, uma acesa discussão que tivemos, a propósito do comando da 1ª escolta da Companhia: ambos nos havíamos proposto, eu por ser o mais antigo, ele por ser o mais moderno.
O diferendo azedou e mantivemos relações tensas durante algum tempo, até que decidimos, de comum acordo, resolver a questão pessoalmente, sem limites, numa sala do quartel, fechada à chave.
Depois de muitos berros, palavrões e quase confrontação física, acabamos com um grande abraço.
Que saudades Joaquim Pedro!
Luís Bivar de Azevedo
Alferes adjunto da CPM 1443
(Novembro de 2010)